A Free Agency de Chicago

O Chicago Bulls fez movimentos rápidos e pontuais nessa Free Agency. Diferente de anos anteriores, em que GarPax esperavam esfriar o mercado para fazer os acordos, dessa vez o FO foi ativo e gastou todo o cap disponível do Bulls em apenas 14 horas após a abertura da Free Agency. Vamos ás contratações:

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Thaddeus Young – ala de força (41 milhões por 3 anos)

Chegou um novo jogador para o garrafão do Bulls. Young tem 11 anos na liga. Ele foi selecionado na 12ª posição na Draft de 2007 por Philadelphia, no qual ele ficou 7 anos. Thad nunca foi o maior destaque da equipe, sempre teve números discretos e sempre jogou, ou em times com um elenco de reconstrução, como o 76ers do processo de Hinkie e o Nets pós-trade apocalíptica, ou em times de mercado pequeno, como Minnesota e Indiana, no qual ele saiu para se juntar aos Bulls.

Contudo, seu valor não pode ser menosprezado apenas por isso. Young sempre foi um dos jogadores mais duráveis e regulares da liga, ele inclusive está em uma lista de cinco jogadores com pelo menos 800 jogos na NBA com pelo menos 13,5 pontos por jogo, 5,9 rebotes por jogo, 1,4 roubos por jogo, além de um aproveitamento de quadra de 49% e 30% de 3, junto de Lebron, Larry Bird, Magic Johnson e o GOAT Michael Jordan.

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Nas últimas 9 temporadas, o menor número de partidas que Young jogou foi 73 jogos (89% de aproveitamento dos jogos), sem falar que nos dois anos em Indiana, ele jogou 162 jogos dos 164 possíveis na temporada regular. Além disso, Thaddeus Young aparece também como um jogador extremamente inteligente, com um QI de basquete altíssimo, isso aparece principalmente na defesa, com leituras rápidas e um posicionamento fantástico em quadra. Young, desde 2007, está no top 10 da NBA em índice de rebote ofensivo, no top 5 em índice de roubos de bola e terminou em terceiro em desvios de bola na última temporada. Ele se mostra um jogador versátil que usa muito bem o seu corpo e tem mãos ágeis para atrapalhar o ataque adversário. Além disso, ele efetivamente ajuda o seu time a melhorar, já que em 9 de suas 11 temporadas, ele teve um número positivo no índice de expectativas de vitórias (o quanto a mais a equipe venceria com o jogador em quadra em uma temporada de 82 jogos), sem falar de uma ética de trabalho impecável, sendo um líder no vestiário e um cara que vai ralar e se esforçar todos os dias nos treinamentos. Sempre é bem-vindo um jogador com essa mentalidade.

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Tomas Satoransky – armador (30 milhões/3 anos)

Satoransky, assim como Young, tem um índice positivo em expectativas de vitórias, com números melhores quando ele mais jogou em Washington, devido ás lesões do John Wall. O armador tcheco foi escolha de 2ª rodada do Wizards em 2012, mas foi só estrear na NBA em 2017, já que ele passou esse tempo no basquete europeu, inclusive jogando pelo Barcelona, equipe tradicional na liga espanhola e presença constante na Euroliga.

Satoransky nunca teve números espetaculares, até porque sempre teve minutos limitados na capital estadunidense, mas a eficiência de seu jogo é clara, na última temporada, Sato ficou próximo de entrar no grupo exclusivo dos jogadores com 50/40/90 (50% de aproveitamento de quadra, 40% de 3 e 90% nos lances livres) em uma temporada. Ele teve 52,4% de quadra, 40% de 3 e 82% nos lances livres, ou seja, é um bom arremessador que ajuda a espaçar a quadra para seus companheiros. Além disso, Tomas também não comete turnovers, sendo que terminou no Top 10 com melhor índice de ass/to com 3,3 assistências por turnover, com pelo menos 70 jogos, esse número sobe para 3,5 se considerarmos apenas jogos em que ele foi titular.

Com isso, é possível ver que Satoransky é um armador com bom arremesso e bom passe, entretanto, não é apenas isso de pontos positivos do jogador, ele também tem um excelente tamanho para a posição. Com 2,01 metros, ele pode jogar tanto na posição 1 de origem, mas também na posição 2 e até na 3 em momentos da partida, podendo funcionar se movimentando sem a bola, o que é importante para o treinador Jim Boylen que gosta de formações com múltiplos armadores e ballhandlers. Não é difícil de imaginar em algum momento da temporada ver Coby White, Zach Lavine e Tomas Satoransky juntos na quadra, já que cada um tem características diferentes.

Para finalizar, assim como Young, Sato também é bastante durável, das 82 partidas da temporada regular, ele jogou 80 jogos, sendo que os dois jogos que ele não participou foi para acompanhar o nascimento da filha, além de ser também uma grande influência no vestiário, conhecido como “glue guy”, sendo a cola que une o elenco, além de um jogo nada egoísta, sempre ajudando seus companheiros de equipe, uma ótima influência para o vestiário.

Desempenho de GarPax

Já virou costume criticar o Front Office do Bulls pelos erros e insistências desnecessárias que tanto Gar Forman e John Paxson fizeram em tantos anos comandando a equipe de Chicago, porém, essa FA tem que ser elogiada e admitir que foi feito um bom trabalho.

Com 23 milhões de dólares disponíveis para gastar, a ideia era de reforçar o elenco que sofreu várias lesões na temporada passada e forçou o time a ter jogadores irrelevantes com muitos minutos, o que contribuiu para o Bulls terminar com a quarta pior campanha da NBA. Sendo assim, as movimentações foram feitas com o objetivo de trazer jogadores duráveis e experientes que contribuam tanto dentro de quadra, como no vestiário ajudando um elenco bem jovem, o mais velho no elenco era o Felício com 27 anos, dando mais opções para Jim Boylen poder montar sua equipe da melhor forma e buscando dias melhores. É claro que Chicago ainda está longe de disputar o título da Conferência Leste, mas essas movimentações são claras evidências que a diretoria tem total confiança nesse núcleo jovem e que, com peças complementares, pode levar o Bulls ao tão sonhado 7º anel. Agora é só esperar o começo da temporada e torcer por uma ida aos playoffs depois de 3 anos.

Obs: Além dessas duas contratações, Chicago também assinou por 2 anos com o pivô de 2,16m Luke Kornet. Kornet ainda é jovem, vai completar 24 anos ainda em julho, e foi um jogador não-draftado pelo New York Knicks, onde passou a primeira temporada mais no Westchester Knicks, time associado do Knicks na G-League, mas na segunda temporada, teve mais oportunidades e mostrou alguns flashes de um jogador com bom potencial. Ele é um pivô alto com características de protetor de aro, com média de 1 toco por jogo sendo limitado a apenas 17 minutos por partida. Contudo, o maior potencial dele está na bola de 3, no qual ele teve um aproveitamento de 36,3% com 4,2 arremessos de 3 por jogo. Tem tudo para ser um sólido reserva para Wendell Carter Jr, enquanto Daniel Gafford, escolha de segunda rodada do Bulls, vai sendo lapidado.

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