A história do Rebuild

A reconstrução na NBA nunca é algo fácil, ainda mais quando um time perde seu principal jogador. Exemplos não faltam; O San Antonio Spurs após a saída de Lamarcus Aldrige, Kawhi e da aposentadoria do BIG 3 Manu, Tim Duncan e Ginobili inicia esse ano o que parece ser uma demorada reconstrução; O 76res que por muito tempo teve como seu mantra o “trust the process”, que resultou em Embiid e Ben Simmons ao custo de muitas temporadas sofríveis. Mesmo o Lakers no final da era Kobe ficou alguns anos sem chegar nos playoffs, e podemos citar diversos outros exemplos, mas estamos aqui para falar sobre o Chicago Bulls.

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A ascensão de Zach Lavine

Pela primeira vez desde a temporada de 2017, o Chicago Bulls terá um representante no All-Star Game. Zach Lavine tem 25 anos de idade e está na sua 7ª temporada na NBA e, pela primeira vez, foi selecionado como All-Star e se tornou o 18º jogador diferente do Bulls a ir para o All-Star Game. Por isso, vamos ver o que deu essa ascensão e ver o que mudou em seu jogo nessa temporada. Continue lendo “A ascensão de Zach Lavine”

O início de Billy Donovan

Essa temporada do Chicago Bulls é muito diferente. Além de o Front Office contar agora Arturas Karnisovas, pela primeira vez desde 1984 que o Bulls não tem Jerry Krause, ou John Paxson como o grande mandatário do Front Office, temos um novo técnico: Billy Donovan, ex-técnico campeão universitário por Florida e nos últimos 5 anos treinou o Oklahoma City Thunder. Por isso, mesmo que a grande parte do elenco é o mesmo da temporada passada, era possível esperar algumas mudanças, sendo assim, após 11 jogos, já podemos analisar algumas dessas mudanças. Continue lendo “O início de Billy Donovan”

Quem é o melhor PG no Draft de 2019?

Olá caro leitor do Blog Chicago Bulls Brasil, hoje venho aqui apresentar um texto com base em um scouting sobre os dois melhores jogadores do Draft de 2019 na posição de Point Guard, Darius Garland, (PG) da Universidade de Vanderbilt Commodores e o grande hype do March Madness, Ja Morant (PG) da universidade de Murray State. Visto que está atualmente é a grande deficiência do time de Chi-Town, pelo fato de Kris Dunn, quinta escolha do Draft de 2016 não está produzindo e evoluindo o esperado para ser o titular do futuro do Chicago Bulls.

Mesmo que haja a possibilidade de nenhum dos dois prospectos estarem disponíveis no board do time de Illinois é interessante analisar as 2 escolhas que mais foram cogitadas antes da Loteria do Draft.

Darius Garland – Point Guard – Vanderbilt 6’2

Começando por Darius Garland, Point Guard de 19 anos jogador da universidade de Vanderbilt era considerado por vários scouts como melhor prospecto de armador da classe de 2019 antes de sofrer uma lesão no menisco do joelho esquerdo, em que chegou a fazer uma cirurgia, e o fez perder o restante da temporada do College.

Com sua capacidade de criar o próprio arremesso e tendo uma das melhores médias de FG% e 3PT% da NCAA, sua eficiência constante nos arremessos de quadra, ótima capacidade de playmaking e uma habilidade no trabalho off- ball excelente Darius o torna sem dúvidas um dos melhores Guards dessa classe do Draft no geral.

Com incríveis médias de 53.7% de FG, 47.8% 3PT com 6 3PA por jogo, 63% de EFG e 65% de True Shooting Garland com certeza é um dos melhores (se não o melhor) shooter disponível esse ano. Com uma mecânica quase impecável e podendo arremessar de muito longe, Garland é o jogador mais polido e com maior probabilidade de se adaptar a linha dos 3 pontos na NBA (Tankthon).

Sua capacidade de playmaking é muito subestimada pelas suas médias de assistências na temporada (2.6) o que é baixo para um armador, mas em seus tapes, Garland demonstra muita habilidade passando a bola e em visão de quadra, o armador mostra ter um “pass instinct” muito apurado, se mostrou um grande facilitador e inteligência “puxando o pace na transição” que seria acelerar o jogo no contra-ataque, capacidade de passe e criatividade soltando a bola muito rápido no PnR como achando buracos na defesa e passar para o Big que sai do Pick and Roll, ou do Pick And Pop, essa é sua principal característica.

Sua hesitation é a maior característica de seu drible, “paralisando” o seu defensor podendo criar separação para seu arremesso ou fazer um passe para uma assistência depois de uma screen ou não. Essa é uma ferramenta simples, mas que ele consegue trabalhar muito bem, abrindo inúmeras possibilidades no ataque, principalmente aliado à sua visão de jogo após o PnR.

Garland não necessita da bola na mão para jogar, como participa do sistema do time USA desde os 14 anos, aprendeu muito bem a ser eficiente em um sistema off-ball, com a mecânica de arremesso rápida e muito polida, podendo arremessar muito rápido e com pouco espaço, tendo um range do seu arremesso muito alto, seu Catch and Shot é um dos pontos mais mortais e precisos do seu ataque.

Sua elevação vertical na hora do chute é boa, que junto com a sua mecânica rápida, fazem com que seja muito difícil bloqueá-lo saindo da screen. Sua versatilidade não para por ai, o jogador é muito rápido se movendo entre as screens, achando espaços vazios para receber um passe para o arremesso, no backdoor, confundindo seu marcador e ficando livre na zona morta (característica que o assemelham a Stephen Curry), partir pra dentro usando um floater (principal arma atacando o aro) ou até passando a bola para algum pivô q venha em sentido oposto, as possibilidades são imensas com essa habilidade no off-ball de Garland.

Um ponto fraco do prospecto é suas tomadas de decisão, tendo médias de 3.0 TO’s por jogo na NCAA, sua decision maker por assim dizer, é algo que precisa ser evoluído. Tanto em passe quando em dribles, acaba por forçando alguns passes como alley-oops em transição, ou passando em meio a muitos defensores podendo infiltrar para a cesta. Apesar de ser um dos melhores ball handlers desse Draft acaba por as vezes fazer dribles desnecessários, e as vezes em gaps (espaços, trincheiras) muito pequenos entre seus marcadores, também acarretando em Turnovers.

A finalização em transição também é um problema de Garland, ele tem dificuldade em finalizar em contra-ataques e em alta velocidade, acaba por vezes fazer escolhas ruins nas finalizações e errando bandejas de fácil realização.

Seu ataque ao aro em si não é algo preocupante, ambidestro, sabe como absorver o contato apesar de sua capacidade atlética não ser um ponto elite de seu jogo, mas é algo que deve ser polido e bem trabalhado pelo jogador, apesar da maioria das vezes conseguir realizar a finalização, as vezes o falta técnica em algumas bandejas relativamente simples.

O ponto preocupante de Garland no futuro é o seu upside na defesa, pela fraca característica física e problemas na de movimentação lateral. Contra Guards mais rápidos e mais físicos, apresenta uma movimentação lateral de fácil quebra, com dificuldade de acompanhar a infiltração e explosão dos adversários, pouco agressivo, algo que precisa ser trabalhado arduamente pelo armador.

Vídeo scout como fontes do texto:

Armas ofensivas no geral:


Ja Morant – Point Guard – Murray State 6’3

Temetrius Jamel Morant ou “Ja” Point Guard de 19 anos da universidade de Murray State, era considerado um prospecto 0 estrelas na sua entrada do College, e hoje em dia cotado por muitos sites de Mock drafts como pick top 3 do Draft.

Ja tem como sua principal característica o atletismo, a qual lhe rendeu incríveis highlights no decorrer da temporada da NCAA. Morant caiu na graça de todos pelas suas enterradas e após ter um desempenho impressionante no March Madness, os Playoffs da NCAA.

Tendo em seu arsenal ofensivo armas como capacidade atlética, explosão com um dos first steps mais rápidos da NCAA, agressividade e habilidade de finalização perto do aro e sua velocidade no jogo de transição torna o jogador perigoso no ataque, isso tudo ligado à sua capacidade de playmaking muito polida, transformam Morant em um jogador diferenciado na classe de 2019.

Todas as capacidades ofensivas de Morant estão ligados a atacar o aro, ele é definitivamente um slasher, muito bom finalizando perto da cesta, podendo fazer jogadas acrobáticas, spin moves, reverses layups, e sua habilidade com PnR, a qual utiliza muito, podendo atacar após a screen, passar para o pivô correndo para a cesta ou passando para o lado, atraindo a marcação e achando um companheiro livre para o arremesso.

Adora atacar o PnR, com a explosão, junto de seu fist step e seu ball handling, podendo passar com agilidade pelos marcadores, e usando muito bem a sua envergadura avantajada para um Point Guard Morant se destaca pela capacidade ofensiva. Tendo médias de 24.5 PPG em sua ultima temporada na NCAA e tendo até jogos de 36 pontos no March Madness fica clara a facilidade do jogador de pontuar, achar espaços nas defesas para infiltrar e finalizar perto do aro.

Nesse quesito Ja é muito polido, tendo um arsenal com várias armas, como podendo fazer bandejas difíceis, fugir de um block na finalização, tendo uma elevação vertical diferenciada de 44’ (que seria aproximadamente 1.11 metros), pode fazer jogadas acrobáticas no ar com certa facilidade, apresentando muita elasticidade no ar, o tornando um dos jogadores mais perigosos perto da cesta do Draft de 2019.

Os Highlights e suas enterradas incríveis escondem o ponto mais interessante de seu jogo, Ja é um playmaker muito habilidoso e inteligente, conseguindo achar espaços e brechas para realizar seus passes para companheiros livres, com passe após o PnR como principal característica, puxa a marcação e passa para algum companheiro livre, entre outras, Morant também pode realizar passes com um só mão, que o utiliza bastante em transição, achando um companheiro livre na linha de 3 pontos, dadas características, e sua média de 10 ASP, pode se dizer que Ja é o melhor e mais polido passador da classe de 2019.

Visto para os pontos negativos, tem muita coisa a ser dita:

O arremesso é um ponto preocupante quando irá se falar sobre Morant como jogador, mas é bem pior do que parece.

“Sim, ele chuta estranho. A separação de suas mãos no arremesso, entre a sua mão de chute e sua mão de apoio é algo bem feio, a sua mão esquerda está envolvida no seu arremesso, particularmente com o polegar, você também pode ver que seus cotovelos tendem a apontar para fora e eles parecem se mover ao mesmo tempo revelando que falta separação entre as mãos”(The Dime Drop).

E esse ponto da sua mecânica se torna pior com o fato dele soltar a bola abaixo da cabeça, quase na altura do pescoço, e também é agravante quando mesmo com o seu atletismo, sua elevação vertical no arremesso é muito baixa, assim não sabendo transferir a energia do seu corpo no arremesso, tendo q fazer mais força para arremessar, apresentando uma mecânica muito soft e muito instável e tendo muita dificuldade com arremessos quando pressionado.

“Na verdade, pode parecer bizarro que ele teve 34% dos 3 pontos no College com uma mecânica dessas” - fonte (The Dime Drop).

Com essa mecânica levar tocos em arremessos na NBA é muito fácil e realizar arremessos estando pressionado é quase impossível.

O segundo ponto a ser explorado, é sobre o estilo dele de jogar

Morant necessita demais da bola, e monopoliza o jogo, tornando-se quase irrelevante sem a bola. O maior aspecto com o seu jogo off-ball é poder infiltrar no back-door e receber uma alley-oop, mas o seu catch and shoot é muito ineficiente com e com isso, concentrando o jogo em si mesmo, com a capacidade de passe e infiltração, Ja acaba-se tornando um ótimo playmaker, mas esse aspecto vem ligado ao time ter uma dependência muito grande dele no ataque para poder ser produtivo.

Esses dois aspectos, tornam Morant, mesmo que um ótimo player, em um jogador unilateral, basicamente o obrigando a ser a primeira opção no ataque com dificil adaptação em um sistema diferente deste.

Em ultimo ponto relevante a ser falado sobre o jogador, é que como Darius, as suas deciões são um tanto como precipitadas, querendo fazer passes muito dificeis e elaborados, ou dibles que não seriam necessários, o tornando o 2º no pais em Turnovers, com médias de 5.0 TO’s por jogo, tendo muita dificuldade de cuidar da bola em um ponto de vista geral.

 

Video Scout de Ja Morant:

Mixtape com armas ofensivas:

 

Com esta deixa, deixo a conclusão (pessoal) do redator de que Darius Garland é o melhor e mais completo armador da classe de 2019, sendo o mais polido e com maior apside podendo assim se tornar completo em todos os níveis do jogo, e caso o Chicago Bulls consiga seleciona-lo, estarão fazendo uma boa aposta para o futuro.

Tirem suas próprias conclusões, comentem e continuem ligados no site do Chicago Bulls Brasil.

Let’s Go Bulls

Lauri Markkanen: unicórnio?

A NBA tem expressões bem particulares, curiosas até, para tipificar jogadores que reúnem certas características. Combo Guard é um jogador que pode jogar nas duas posições de armador, point ou shooting. Já Stretch Four designa o ala-pivô que tem um bom arremesso de média e longa distância, e obriga o adversário a sair do garrafão para marcá-lo. O 3-and-D é aquele especialista em bolas de 3pts e defesa, que praticamente cumpre exclusivamente estas duas funções no time. Há outras tantas no glossário da NBA.

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Rebuilding: mesmo se tudo der certo, vai demorar

Caro amigo torcedor do Chicago Bulls, recentemente li um artigo no The Athletic, escrito pelo jornalista Stephen Noh, sobre o tempo que um time leva para voltar aos playoffs após se decidir pelo Rebuilding. Em resumo, entre casos de sucesso (um a dois anos) e fracasso (sete a quinze longos anos), a média de retorno à relevância para aqueles times que apertaram o reset button como o Bulls fez neste verão é de 3,25 anos. Como uma franquia do porte do Bulls não pode se permitir apenas querer uma vaguinha nos playoffs, até porque isso já tínhamos, e baseado na experiência recente que tivemos com o rebuilding pós-Jordan, no cenário mais otimista passaremos os próximos três a quatro anos sofrendo até voltarmos à relevância.

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